Thursday, April 19

Espírito da Cidade

O pesadelo começa há quantos tempos,
quando pela primeira vez
aprendi a amar; quando cinco de sete
ventos me sopraram memória
do que conheci e me tem feito sonhar.

É a vida, o acordar, mente
que mente, não por esconder a verdade,
mas por desconhecer a verdade,
e ainda que tente
não é senão mais uma.
Espírito da cidade.

O acalentar do Inverno,
provoca tonturas e maldição,
e no Verão,
com o seu frio terno,
ferem-me gritos a audição.

Ferem-me achas, cortes, lacerações;
fere-me sobretudo o pesadelo metódico
que me lança desdém em humilhações
enquanto dançamos,
e este passo melódico
me prende as pernas
e rebenta-me tendões.

Reflectir é parar
desta roda viva.
Reflectir é acordar
por breves momentos
de tão pesados tormentos
de existência cativa.

E ao fim do dia,
horas de autocomiseração,
acabam-se os pesadelos e alegria,
esperando outros que virão.




Talvez o texto (nem me atrevo a chamar-lhe poema) mais desinteressante que alguma vez fiz, mas por ser o mais recente e porque gosto de escrever sobretudo em verso decidi deixá-lo por cá. Espero que apesar de tudo não desgostem.

1 comment:

Anonymous said...

20 valores!