Friday, August 31

O Retrato de Dorian Gray

Acabei há dias de ler O Retrato de Dorian Gray, obra de Oscar Wilde. É uma obra interessante, centrada na reflexão sobre a Arte e o seu papel na vida, desenvolvendo-se em torno de três personagens masculinas, uma das quais - Dorian - assumirá o protagonismo. Não foi dos livros que mais me cativasse, mas gostei de o ler essencialmente pelas reflexões feitas ao longo da história. Se possível, lerei uma vez mais. Agora vou-me centrar no Memorial do Convento.

Saturday, August 25

Dream on

Everytime that I look in the mirror
All these lines on my face gettin clearer
The past is gone
It went by like dust to dawn
Isnt that the way
Everybodys got their dues in life to pay

I know what nobody knows
Where it comes and where it goes
I know its everybodys sin
You got to lose to know how to win

Half my life is in books written pages
Live and learn from fools and from sages
You know its true
All the things come back to you

Sing with me, sing for the years
Sing for the laughter, sing for the tears
Sing with me, if its just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away

Dream on, dream on
Dream yourself a dream come true
Dream on, dream on
Dream until your dream come true
Dream on, dream on, dream on...

Sing with me, sing for the years
Sing for the laughter and sing for the tears
Sing with me, if its just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away

By Aerosmith

Thursday, August 9

Oscar Wilde, escritor memorável


Oscar Wilde nasceu em Dublin, filho de William Wilde - cirurgião e amante de arqueologia, benemérito da terra - e Jane Francesca Elgee - escritora nacionalista -, a 16 de Outubro de 1854. Em 1856 nasce a sua irmã Isola. Até aos nove anos, Wilde foi educado em casa, tendo seguido depois para Portora Royal School, na Irlanda do Norte, entre 1864 e 1871, passando apenas os Verões com a família, no sul da Irlanda, onde conheceu o futuro escritor George Moore. De seguida, de 1871 a 1874 Wilde estudou Cultura Clássica no Trinity College, na capital Irlandesa, tendo-se destacado como aluno exemplar, o que lhe fez receber o prémio Berkeley Gold Medal. Recebeu depois uma bolsa para ir estudar em Oxford no Magdalene College, até 1878, onde fez parte de um movimento esteticista, cujos fundamentos residiam em criar um estereótipo de uma arte de vida, e ganhou o premio Newdigate pelo poema Ravenna. Gradoou-se aí ainda em Cultura Clássica. Após a graduação, Oscar regressou a Dublin, onde se apaixonou por Florence Balcombe, que, no entanto, não estava interessada em Wilde. Ao saber disso, o escritor avisa-a de que deixará a Irlanda para sempre, consumando-o ainda em 1878, regressando apenas duas vezes à sua terra natal até ao final da vida. Os seis anos seguintes esteve em Londres, Paris e Estados Unidos. Em Londres conhece Constance Lloyd, casando com ela em 1884, de onde resultaram dois filhos - Cyril (1885) e Vyvian (1886). Após o estado de miséria que assolou Wilde, Lloyd retirou o apelido Wilde aos filhos. Esta morreria em 1898, Cyril na I Guerra Mundial, sobrivendo Vyvian. Em 1895 foi condenado a dois anos de prisão por actos homossexuais, tendo sido aí que escreveu uma das suas maiores obras - The Portrait of Dorian Gray (O retrato de Dorian Gray) - . Foi libertado em 1897, passando a viver em Paris como o pseudónimo de Sebastian Melmoth. Morreu de meningite a 30 de Novembro de 1900. Entre as suas obras, destacam-se além de O Retrato de Dorian Gray, a O Fantasma de Canterville, O Filho da Estrela e algumas poesias, assim como 9 dramas.

Crime do Padre Amaro

Acabei ontem, já tarde, de ler uma das maiores obras de Eça de Queiroz - O Crime do Padre Amaro, publicado pela primeira vez em 1875. Foram feitas posteriormente duas edições com acrescentos e alterações. Foi um livro que me satisfez em todos os sentidos, desde a história em si até à magnífica crítica feita a uma sociedade devota e rural. Tendo como foco o quotidiano da vida do Padre Amaro e de uma família de Leiria e gente das vizinhanças, a ironia e crítica deixada pelo autor é realmente marcante, deixando transparecer o característico ambiente da época, onde uma grande percentagem do povo português se afirmava cristã, praticando uma devoção exagerada e temente aos desígnios de Deus. Não é meu objectivo aqui narrar nem resumir a história, apenas deixar a minha sincera opinião e assim, aconselhar-vos a ler esta obra. .





Prefácio da Segunda Edição de O Crime do Padre Amaro


A designação inscrita no frontispício deste livro - Edição Definitiva - necessita uma explicação.
O Crime do Padre Amaro foi escrito há quatro ou cinco anos, e desde essa época esteve esquecido entre os meus papéis - como um esboço informe e pouco aproveitável.
Por circunstâncias que não são bastante interessantes para serem impressas - este esboço de romance, em que a acção, os caracteres e o estilo eram uma improvisação desleixada, foi publicado em 1875 nos primeiros fascículos da Revista Ocidental, sem alterações, sem correções, conservando toda a sua feição de esboço, e de um improviso.
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Hoje O Crime do Padre Amaro aparece em volume - refundido e transformado. Deitou-se parte da velha casa abaixo para erguer a casa nova. Muitos capítulos foram reconstruídos linha por linha; capítulos novos acrescentados; a ação modificada e desenvolvida; os caracteres mais estudados, e completados; toda a obra enfim mais trabalhada.
Assim, O Crime do Padre Amaro da Revista Ocidental era um rascunho, a edição provisória; o que hoje se publica é a obra acabada, a edição definitiva .
Este trabalho novo conserva todavia - naturalmente - no estilo, no desenho dos personagens, em certos traços da acção e do diálogo, muitos dos defeitos do trabalho antigo: conserva vestígios consideráveis de certas preocupações de Escola e de Partido, - lamentáveis sob o ponto de vista da pura Arte - que tiveram outrora uma influência poderosa no plano original do livro. Mas como estes defeitos provêm da concepção mesma da obra, e do seu desenvolvimento lógico - não podiam ser eliminados, sem que o romance fosse totalmente refeito na idéia e na forma. Todo o mundo compreenderá que - correções, emendas, entrelinhas, folhas intercaladas não bastam para alterar absolutamente a concepção primitiva de um livro, e a sua primitiva execução.

Akenside Tewace -
5 de Julho de 1875.

EÇA DE QUEIROZ




Monday, August 6

Hoje

É nestes momentos soturnos
repletos de amargura,
melancolia,
onde não há rumos,
que me pergunto mais,
me questiono incessantemente
- com pensamentos obscuros -,
entrando em ruptura,
euforia.
Indago-me "aonde vais?".
Respondo "não sei", vagamente.



7.8.2007

Friday, August 3

Viagem Porto-Viana do Castelo

Era uma manhã fresca de verão, fins de Julho, típica na cidade do Porto. Havia combinado no dia anterior uma ida a Viana do Castelo com um simpático grupo de hermanos. Era uma viagem de comboio - trem como eles dizem -. Acordei por volta das 6h30 da manhã, após uma curta noite de repouso de seis horas. Estava ainda o sol a nascer, preguiçoso e lento. Olhei pela janela do meu quarto, pairava uma atmosfera leve, característica das madrugadas de verão. Estava entusiasmado com a ideia de ir partilhar uma manhã e uma tarde com pessoas que pouco conhecia, podendo além disso aprender um pouco de castelhano. Tomei rapidament o desayuno, saí. Fui pela erma rua até ao metro de Carolina Michaellis, tendo dirigido-me até Campanhã. Aí esperei uns 10 minutos pelo Daniel e pela Isabel, os meus colegas espanhóis do estágio. Apareceu depois a Laura (monitora espanhola) acompanhada de duas espanholas. Éramos um grupo interessante - um madrileno, uma leonense, uma zamorense, uma canariana e um português -. Devo salientar que o sotaque da canariana, a Nazaret, era muitas vezes alvo de chalaça. O comboio partia as 7h55, caso a memória não me esteja a faltar. Comprámos os bilhetes, dirigimo-nos para o comboio que nos levaria a Viana, sentido Vigo. Partimos a horas certas, dizendo "até já" à capital nortenha. Durante o início da viagem ajudei a monitora a fazer uns exercícios de português. A viagem foi um pouco molestante, enfadonha, demorou 2 horas quase, quando de carro demoraria apenas 40 minutos. Há a registar apenas a entrada de um grupo de umas trinta senhoras avantajadas, cinquentonas, falando aos altos berros, peixeiras. Uma delas trazia um Nenuco aos braços, com feições muito realistas, quase assombrosas pela sua extrema parecença com a realidade, faltando apenas dizer um olá sorridente. Pedia assim dinheiro aos poucos passageiros que àquela hora por ali estavam. Tentei, embaraçado, explicar ao meu grupo que eram umas brincalhonas. Rimo-nos um pouco, admito, como não poderia deixar de ser. É pena apenas a imagem que transpareceu. Chegámos a Viana às 9h30, fomos a um café. Em seguida demos uma volta pelo centro histórico de Viana, fomos ao posto de turismo. Tínhamos planeado subir ao belo e distinto monte de Sta. Luzia, onde está repousado um imponente templo com uma vista única para o vale do Lima. Assim o fizemos, tendo feito uma escalada pela serra acima. O caminho era bastante verde, árboreo, calmo e relaxante. Merece destaque um esquilo que vi, o primeiro que vi à solta na minha curta vida. A dada altura esbarrámos com um muro que nos impedia subir. Tentámos então, a grande custo, trepá-lo e...conseguimos. Prosseguimos e, após alguns atalhos, muita conversa e animação atingimos Sta.Luzia, onde milhares de abutres vendedores tentaram impingir santinhas mal feitas e de duvidoso preço. No que diz respeito à vista não há descrição possível: dificilmente seria fiel à realidade. Vislumbra-se a cidade lá em baixo, o rio, calmo e sereno, azul, dirigindo-se em relação ao magnífico atlântico. Para Este, as longinquas montanhas, verdes e castanhas, contrastando com o azul claro do céu. De seguida descemos a montanha, fomos a um centro comercial comprar alguns "nutrientes" para ir depois almoçar à beira-rio. Foi uma refeição sob um escaldante sol, sendo nós acariciados pela frescura do Lima. Fomos depois à Praia Norte, se não me engano, onde uma paisagem deslumbrante de rochas permanece quase intacta. Estava cansado após um dia tão extenso e, tendo aconselhado os meus recentes amigos a ir a Ponte de Lima, vila única em Portugal e ligada às minhas origens, acompanhei-os à estação de camionetes e dirigi-me para a estação de comboios, onde ainda assisti a uma demonstração tipicamente portuguesa do que é ser bronco: pancadaria. Coincidência das coincidências, ao entrar no comboio quem estava lá? O já falado grupo de gralhas cinquentonas, já empanturradas, gorduchas, prontas para mais um alvoroço. O comboio não era directo para o Porto, tivémos de sair em Nine. Aí estive 40 minutos, onde ainda tive tempo para falar com um passageiro que ali estava, simpático até. Finalmente cheguei ao Porto...com a sensação de ter passado um dia completo a todos os níveis, enriquecedor. Tenho saudades, e foi apenas há 2 semanas.

Exobiologia - ciência em expansão

Também conhecida como astrobiologia ou bioastronomia, o termo surgiu pela primeira vez em 1960, utilizado por Joshua Lederberg, biólogo molecular americano (1925- ). Como a própria etimologia indica (exo - fora bio - vida logia - estudo), esta ciência dedica-se ao estudo e procura das hipotéticas condições de vida existentes fora do planeta Terra. É multidisciplinar, incluindo assim diversas outras áreas como a química, física, biologia, biologia molecular e bioquímica. Apesar de ser uma busca "às escuras", a exobiologia tem tido um considerável desenvolvimento graças aos investimentos feitos por instituições como a NASA e ESA, permitindo assim descobrir exoplanetas que poderão albergar vida, assim como planetas no nosso planeta solar. Actualmente os seus principais objectivos são uma melhor análise dos cometas, considerados como uma das hipotéticas fábricas da vida, Marte e Titã (lua de Saturno). Lua de Titã

Wednesday, August 1

Secção Linguística

Há algum tempo pensei em criar uma secção dedicada à lingua portuguesa. Fi-lo. No entanto, por falta de tempo ou disposição suficiente, apenas saíu um artigo. Este é o segundo portanto. O principal objectivo é primar por um bom uso da língua. Para tal faço pesquisas e tento partilhar aquilo que consigo apreender e aprender convosco.
Nós e A gente



Muitas vezes vamos na rua ou falamos com alguém e ouvimos a expressão "A gente fazemos" ou "A gente comemos" e muitas outras assim formuladas, com o sujeito na 3ª pessoa do singular (A gente - ele) e o verbo conjugado na 1ª pessoa do plural (nós - fazemos). Será isto correcto?Será correcto dizer:
  1. A gente fazemos?
  2. A gente faz?
A expressão a gente é uma locução pronominal com o mesmo sentido que o pronome pessoal nós, isto é, é equivalente do ponto de vista semântico, sendo usada num meio mais informal. A primeira corresponde à 3ª pessoa do singular (ele), enquanto que a segunda corresponde à 1ª pessoa do plural (nós). O verbo deve estar sempre acordado com o sujeito (ele faz e não ele fazemos). Assim, o correcto é:
  • A gente faz